Leia o livro ‘Uma mulher’ por Annie Ernaux

(…)”Ela não tinha mais nada a dizer. As palavras se esvaziaram, a memória se desfez. Restou apenas o corpo, encolhido, encurvado, frágil.”

(…)”As fotos antigas me transportam para um tempo em que a vida era simples, cheia de promessas. Vejo-me criança, brincando na praia, ao lado da minha mãe. Sinto o calor do sol na pele, o cheiro da maresia no ar.”

(…)”Ela era uma mulher de seu tempo, moldada pelas regras e costumes da época. Não teve muitas oportunidades na vida, mas sempre lutou com bravura para cuidar da família.”

(…)”A morte é algo natural, mas isso não significa que seja fácil de aceitar. Sinto muita falta da minha mãe, mas sei que ela está em paz.”

Uma mulher

Livro – Uma mulher escrito por Annie Ernaux

Cinco anos depois de recompor a vida e a trajetória do pai em O lugar, Annie Ernaux retorna à autossociobiografia, gênero que inaugurou e que a consagrou, para narrar as memórias que guarda de sua mãe, escritas nos meses seguintes à morte dela. Com a tarefa de articular uma narrativa “entre o familiar e o social, o mito e a história”, Ernaux parte da mesma “linguagem neutra” de outros livros para escrever sobre a própria mãe, mas também sobre a vida de uma mulher.

No entanto, a dor e a fragilidade do luto alteram essa equação de forma sutil, porém fundamental: em contato com a perda materna, o estilo seco assume um contorno visceral que vai direto ao coração das lembranças. À flor da pele, ela atenta para as muitas facetas da dor, desde as mais ínfimas. “Alguns pensamentos deixam um buraco em mim: pela primeira vez, ela não vai ver a primavera.” Apesar disso, reconhece a dimensão social de seu luto: “perdi o último vínculo com o mundo do qual vim”.

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Nascida no início do século 20, sua mãe foi operária desde os doze anos. Tinha orgulho do ofício e de buscar a independência. “Ir longe”, assim Ernaux define o princípio que regeu a vida dessa mulher. Depois de se casar, abriu com o marido o café-mercearia onde trabalhou até a terceira idade. Leitora voraz e aberta para o mundo, estimulava os estudos da filha na tentativa de lhe prover o que nunca tivera.

Quando, já viúva, vai viver com Ernaux e os netos, mãe e filha experimentam nas miudezas do cotidiano a distância que a ascensão social da filha singrou entre as duas. Com precisão cirúrgica, a autora recupera os detalhes dos gestos maternos, as expressões, a inquietude e a vivacidade que a mãe manteve até o fim da vida, numa casa de repouso, já acometida pelo Alzheimer.

Sóbrio e comovente, este livro é peça central no quebra-cabeças do projeto da autora de escrever a vida. Nele é possível acompanhar não só a trajetória de uma mulher da classe trabalhadora, mas os sentimentos viscerais de sua filha: amor, ódio, admiração, ternura, culpa e um vínculo inabalável.

➡️Leia Trechos do livro: “Uma mulher” de Annie Ernaux

(…)”Eu a observava comer, os movimentos lentos, precisos, a boca mastigando sem pressa. Era como se ela estivesse realizando um ritual, uma última homenagem à vida.”

(…)”As lembranças são como flashes, fragmentos do passado que se misturam com o presente. Tento agarrá-las, fixá-las na mente, mas elas escapam, como água entre os dedos.”

(…)”Admiro a força e a resiliência da minha mãe. Ela enfrentou muitas dificuldades ao longo da vida, mas nunca desistiu. É um exemplo para mim.”

(…)”Ser mulher significa enfrentar desafios e obstáculos que os homens não enfrentam. Mas também significa ter força, coragem e sensibilidade.”

(…)”A morte é algo natural, mas isso não significa que seja fácil de aceitar. Sinto muita falta da minha mãe, mas sei que ela está em paz.”

(…)”A vida é feita de momentos felizes e tristes. Devemos aprender a apreciar os bons momentos e a superar os maus.”

(…)”Nunca devemos desistir dos nossos sonhos. A vida é curta demais para vivermos com medo.”

Conheça o Autor

Annie Ernaux nasceu em 1940, em Lillebonne, na França. Estudou na Universidade de Rouen e foi professora do Centre National d’Enseignement par Correspondance por mais de trinta anos. Seus livros são considerados clássicos modernos na França. Em 2022, Ernaux recebeu o prêmio Nobel de literatura pelo conjunto de sua obra.

Detalhes do livro

Editora: ‎Fósforo Editora; 1ª edição (6 maio 2024) Idioma: ‎Português Capa comum: ‎64 páginas ISBN-10: ‎6560000125 ISBN-13: ‎978-6560000124 ASIN: ‎B0CXNCDL9L Dimensões: ‎13.5 x 1 x 20 cm.

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