(…)”Ao longo do século XX, o feminismo se engajou em uma luta complexa e contraditória com o capitalismo. Essa luta foi travada em diferentes frentes, desde a esfera da produção até a esfera da reprodução social, e assumiu diversas formas, desde as lutas por igualdade salarial e melhores condições de trabalho até as lutas por direitos reprodutivos e pela autodeterminação das mulheres.”
(…)”Embora a política de identidade tenha desempenhado um papel importante na visibilização das diversas formas de opressão que as mulheres enfrentam, ela também corre o risco de fragmentar o movimento feminista e desviar o foco das desigualdades estruturais que sustentam a opressão das mulheres.”
(…)”O neoliberalismo teve um impacto profundamente negativo sobre as mulheres. As políticas neoliberais, ao promoverem a individualização, a competição e o mercado livre, exacerbaram as desigualdades de gênero e raça, e dificultaram a conquista de direitos sociais para as mulheres.”
Destinos do Feminismo
Livro – Destinos do Feminismo: do Capitalismo Administrado Pelo Estado à Crise Neoliberal
Escrito por: Nancy Fraser
A segunda onda do feminismo surgiu como uma luta pela libertação das mulheres e ocupou seu lugar ao lado de outros movimentos radicais.
Mas a subsequente imersão do feminismo na política de identidade coincidiu com um declínio de suas utopias e com a ascensão do neoliberalismo. Em Destinos do feminismo, a filósofa Nancy Fraser defende um feminismo radical revigorado capaz de enfrentar os desafios atuais e a crise econômica global.
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Os ensaios reunidos na obra foram escritos ao longo das últimas décadas e documentam as mudanças no imaginário feminista desde a década de 1970. O livro tem três partes. A primeira parte apresenta textos que situam o feminismo da segunda onda num campo mais amplo de lutas democratizantes e anticapitalistas.
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A segunda parte traça alterações subsequentes no imaginário feminista, como o deslizamento cultural mais amplo da política de igualdade para a política de identidade. São capítulos que diagnosticam os dilemas enfrentados pelos movimentos feministas em um período de neoliberalismo ascendente.
A terceira e última parte contempla as perspectivas de um renascimento do radicalismo feminista em tempos de crise neoliberal.
➡️Leia Trechos do livro: “Destinos do Feminismo” de Nancy Fraser
(…)O capitalismo, em suas diversas formas, tem sido tanto um aliado quanto um inimigo do feminismo. Por um lado, o capitalismo proporcionou às mulheres novas oportunidades de educação, trabalho e participação na vida pública. Por outro lado, o capitalismo também exacerbou as desigualdades de gênero e raça, e criou novas formas de exploração e subjugação das mulheres.
(…)A política de identidade corre o risco de nos levar a uma visão do mundo na qual as mulheres são categorizadas em grupos identitários distintos e isolados, em vez de serem vistas como agentes sociais complexas e interconectadas.
(…)É fundamental que o feminismo transcenda a política de identidade e desenvolva uma análise das desigualdades de gênero que leve em conta as intersecções entre gênero, raça, classe e outras categorias sociais.
(…)O neoliberalismo levou a um processo de desregulamentação do mercado de trabalho, o que resultou em uma precarização do trabalho das mulheres e em uma redução de seus direitos trabalhistas.
(…)As políticas neoliberais também tiveram um impacto negativo sobre os serviços públicos de saúde, educação e cuidado, que são essenciais para garantir a autonomia e o bem-estar das mulheres.
(…)Diante dos desafios da crise neoliberal, é necessário um feminismo radical revigorado, capaz de articular a luta por justiça de gênero com outras lutas sociais por justiça econômica e redistribuição.
(…)Um feminismo radical deve ser anticapitalista, antirracista, antipatriarcal e anti-imperialista. Ele deve lutar por uma sociedade justa e igualitária para todas as pessoas.
(…)O futuro do feminismo depende da nossa capacidade de construir um movimento amplo e interseccional que lute por um mundo mais justo e humano para todas as mulheres.
(…)É fundamental que o feminismo reconheça a interseccionalidade das opressões. As mulheres não são apenas mulheres; elas também são membros de outras categorias sociais, como raça, classe, sexualidade, nacionalidade e religião. Essas categorias se intercruzam e se reforçam mutuamente, criando experiências únicas de opressão.
(…)O feminismo do século XXI enfrenta uma série de desafios, como a ascensão do populismo de direita, o fundamentalismo religioso e a violência contra as mulheres.
(…)Fraser argumenta que o feminismo precisa superar a dicotomia entre redistribuição e reconhecimento. Ela propõe uma abordagem que combine a luta por justiça econômica com a luta por reconhecimento cultural.
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Conheça o Autor
Nancy Fraser é uma filósofa norte-americana, professora titular da cátedra Henry A. and Louise Loeb de ciências políticas e sociais da New School for Social Research, em Nova York.
Expoente do feminismo, tema com o qual trabalha desde o início da carreira e pelo qual milita politicamente, e da teoria crítica, a autora publicou diversos trabalhos de grande impacto nessas e em outras áreas da filosofia política e social.
Pela Boitempo publicou Feminismo para os 99%: um manifesto (2019). Capitalismo em debate: uma conversa na teoria crítica (2020) e Justiça interrompida: reflexões críticas sobre a condição “pós-socialista” (2022).
Detalhes do livro
Editora: Boitempo Editorial; 1ª edição (15 abril 2024) Idioma: Português Capa comum: 344 páginas ISBN-10: 655717343X ISBN-13: 978-6557173435 ASIN: B0D365S82W Dimensões: 23 x 3 x 16 cm.