Livros – Box Homero: Ilíada + Odisseia

(…) Canta-me, ó deusa, do Peleio Aquiles A ira tenaz, que, lutuosa aos Gregos, Verdes no Orco lançou mil fortes almas, Corpos de heróis a cães e abutres pasto: Lei foi de Jove, em rixa ao discordarem O de homens chefe e o Mirmidon divino. Nume há que os malquistasse? O que o Supremo Teve em Latona. Infenso um letal morbo No campo ateia; o povo perecia, 10 Só porque o rei desacatara a Crises.

(…) Afastando-se impreca: “Arcitenente, Ouve, Esminteu, que Tênedos enfreias, Crisa proteges e a divina Cila, Se de festões colguei teu santuário, Se de cabras e touros coxas pingues 40 Te hei queimado, compraze-me os desejos, A tiros teus meu choro os Dânaos paguem.”

Box Homero – Ilíada + Odisseia

Obras fundadoras da literatura ocidental, “Ilíada” e “Odisseia” são muito mais do que poemas épicos que narram a história da guerra de Troia ou do retorno de Ulisses a sua terra natal. Elas são a origem de um enorme repertório mítico que, avançando nos séculos, desempenha até os dias de hoje um importante papel no imaginário e na cultura do ocidente.

A “Ilíada” parece consistir, pelo título, apenas de um breve incidente ocorrido no cerco dos gregos à cidade troiana de Ílion, a crônica de aproximadamente cinquenta dias de uma guerra que durou dez anos. No entanto, graças à maestria de seu autor, essa janela no tempo se abre para paisagens vastíssimas, repletas de personagens e eventos. É nesse épico homérico que surgem figuras como Páris, Helena, Heitor, Ulisses, Aquiles e Agamêmnon, e em seus versos somos transportados diretamente para a intimidade dos deuses, com suas relações familiares complexas e às vezes cômicas.

A “Odisseia”, por sua vez, se tornou também um substantivo comum, que denomina jornadas marcadas por perigos e eventos inesperados, e “homérico” um adjetivo usado para relatar feitos grandiosos, como o regresso de Ulisses a sua terra natal.

O enredo pode ser resumido em poucas palavras. Em seu tratado conhecido como “Poética”, Aristóteles escreve: “Um homem encontrase no estrangeiro há muitos anos; está sozinho e o deus Posêidon o mantém sob vigilância hostil. Em casa, os pretendentes à mão de sua mulher estão esgotando seus recursos e conspirando para matar seu filho. Então, após enfrentar tempestades e sofrer um naufrágio, ele volta para casa, dáse a conhecer e ataca os pretendentes: ele sobrevive e os pretendentes são exterminados”.

#TRECHOS do livro

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(…) As tropas dias nove asseteadas, Ao décimo as convida e ajunta Aquiles; Inspiração da bracinívea Juno, Que seus Dânaos morrer cuidosa via. Ele, em pinha o congresso, velocípede Se alça e diz: “A escaparmos, julgo, Atrida, Retrocedermos errabundos cabe: Peste os nossos consome e os ceifa a guerra.

(…) Tu me assegura.” — “Afouto, brada Aquiles, Vaticina. Por Febo, a Jove grato, A quem rogas e oráculos te ensina, Nenhum, desfrute eu vivo o térreo aspeto, 80 Nenhum violentas mãos te porá, Calcas; Nem que seja Agamémnon, que entre Aquivos De mais prestante e augusto se ufaneia.”

(…) Pois mais convém, liberta a restituo; Sadio o anseio, não padeça o povo. Mas preparai-me um prêmio; eu só dos Gregos Dele excluído ser não me é decente; O meu, testemunhais, me foi roubado.” Controverte o Peleio: “Vanglorioso 110 Avidíssimo Atrida, que outra paga Exiges dos magnânimos Aquivos?

(…) Tens valor? agradece-lho. Os navios Recolhe e os teus; nos Mirmidões impera: 160 Não te demoro; esse rancor desdenho. Priva-me de Criseida Febo Apolo: Em nau minha esquipada vou mandá-la. À tenda hei de ir-te mesmo, eu to previno, Tomar-te a elegantíssima Briseida; Sentirás em poder como te excedo, E outrem se me antepor e ombrear trema.” Chameja o herói, no hirsuto peito volve Se de ante o fêmur desbainhe o estoque E por entre os Aqueus lho embeba todo, 170 Ou se o furor no coração reprima.

(…) Deuses e campeões a noite os lia; Só vela o Padre, a ruminar de que arte Levante Aquiles e escarmente os Gregos. A Agamemnon soltar por fim resolve Um maléfico Sonho, e o chama e apressa: “Voa, Sonho falaz, do Atrida às popas; Quanto prescrevo, exato lho anuncia: Que arme os crinitos Graios e as falanges, De extensas ruas a cidade expugne; 10 Que, intercedendo Juno, o Céu concorde Ameaça de ruína a excelsa Troia.”

Conheça o autor

Homero é um poeta épico grego que viveu na Antiguidade, provavelmente entre os séculos VIII e VII a.C. Ele é creditado como o autor de dois dos mais importantes poemas épicos da literatura ocidental: a Ilíada e a Odisseia.

Não se sabe muito sobre a vida de Homero, e alguns estudiosos questionam se ele realmente existiu como uma única pessoa ou se seus poemas foram compostos por várias pessoas ao longo do tempo. Acredita-se que ele tenha nascido em algum lugar da costa da Ásia Menor, mas há poucos registros históricos sobre sua vida.

A Ilíada, seu primeiro e mais famoso poema, conta a história da Guerra de Troia, em que as forças gregas cercam a cidade de Troia para recuperar a bela Helena, que foi raptada por Páris, príncipe troiano. O poema é famoso por sua descrição vívida de batalhas sangrentas, personagens heroicos e ações divinas.

A Odisseia, por sua vez, narra a viagem de retorno de Odisseu (ou Ulisses) para casa depois da Guerra de Troia. No caminho de volta, ele enfrenta diversos desafios, incluindo a tentação das sereias e a fúria de Poseidon. A Odisseia é considerada uma obra-prima da literatura e tem sido amplamente estudada e adaptada em diversas formas ao longo dos séculos.

Detalhes do livro

ASIN: B07RPBHWSS
Editora: Mimética (9 maio 2023)
Idioma: ‎Português
Tamanho do arquivo: 2086 KB
Leitura de texto: Habilitado
Leitor de tela: ‎Compatível
Configuração de fonte: Habilitado
Dicas de vocabulário: Não habilitado
Número de páginas: 816 páginas

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