(…)Parte 1: O Fantasma do Gênero: Butler examina como o gênero se tornou um “fantasma” que assombra os discursos conservadores, representando uma suposta ameaça à ordem social e familiar tradicional. Ela argumenta que essa construção fantasiosa do gênero é utilizada para justificar a discriminação e a violência contra pessoas transgênero e não-binárias.
(…)Parte 2: A Guerra Cultural: Butler analisa como o debate sobre o gênero se tornou um campo de batalha na “guerra cultural” entre conservadores e progressistas. Ela critica a forma como a direita utiliza o tema do gênero para mobilizar seus seguidores e promover agendas políticas reacionárias.
(…)Parte 3: A Subversão do Gênero: Butler propõe uma perspectiva alternativa para pensar o gênero, baseada na performatividade e na fluidez. Ela defende a desconstrução da binaridade de gênero e a criação de um mundo mais plural e inclusivo para todas as pessoas, independentemente de sua identidade de gênero.
Quem tem Medo do Gênero
Livro – Quem tem Medo do Gênero? escrito por Judith Butler
Neste seu primeiro livro não acadêmico, Judith Butler analisa como o “gênero” se tornou central em discursos conservadores e reacionários, um fantasma com o objetivo de criar pânico moral e angariar apoio popular a projetos políticos fascistas, autoritários e excludentes.
Intervenção essencial em uma das questões mais inflamadas da atualidade, Quem tem medo do gênero? é uma convocatória arrojada a construir uma coalizão ampla contra as novas formas do fascismo. “É crucial que a política de gênero se oponha ao neoliberalismo e a outras formas de devastação capitalista e não se torne seu instrumento”, insiste Butler.
Em tempos sombrios, Butler nos oferece uma obra esperançosa de análise social e política. Ao abordar uma ampla variedade de temas – das feministas radicais transexcludentes ao novo populismo de direita, passando pelos ataques aos direitos reprodutivos, a dicotomia natureza/cultura, o debate sobre atletas trans e os legados colonial e racial do dimorfismo de gênero, entre outros –, o livro articula um robusto esforço emancipatório de imaginar novas possibilidades de liberdade e solidariedade. O conservadorismo no Brasil, crescente nos últimos anos, é um dos objetos de análise da obra.
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Butler conta que o livro começou a ser desenvolvido em 2017, após sua visita ao Brasil, onde foi barbaramente hostilizada por manifestantes “antigênero”:
“No aeroporto de São Paulo, minha parceira, Wendy Brown, e eu, fomos confrontadas por pessoas que nos ameaçaram de agressão física.
Agradeço ao jovem da mochila que jogou o corpo entre mim e um agressor, recebendo os golpes que me eram dirigidos. Gostaria de saber o nome dele, mas tudo que tenho é a imagem dele travando uma briga no chão do aeroporto.
Esse estranho extraordinário e a coragem manifesta de Wendy reforçaram a minha crença tanto na ética espontânea como na solidariedade política.
Ao refletir sobre quem eram aquelas pessoas furiosas que nos acusaram de um conjunto caótico e sinistro de crimes sexuais, decidi escrever sobre o movimento contra a ideologia de gênero”.
Conheça o Autor
Judith Butler pesquisa filosofia pós-estruturalista e tem origem estadunidense, tendo composto umas das principais teorias contemporâneas do feminismo e teoria queer. Butler também escreve sobre filosofia política e ética
Detalhes do livro
Editora: Boitempo Editorial; 1ª edição (8 março 2024) Idioma: Português Capa comum: 280 páginas ISBN-10: 6557173340 ISBN-13: 978-6557173343 ASIN: B0CW1G2XD5 Dimensões: 16 x 3 x 23 cm.