“Coisa que não edifica nem destrói”: Comentando o livro de Ricardo Araújo Pereira

(…)O livro revela os bastidores da comédia, explicando técnicas como timing e punchline sem perder a graça — ideal para quem quer rir e aprender.

(…)Ricardo aborda questões polêmicas com inteligência, explorando até onde o humor pode ir na sociedade contemporânea sem cair em censura ou ofensa.

(…)Com referências que vão de Shakespeare a Deadpool, o autor une cultura clássica e pop num estilo acessível, divertido e instigante.

Coisa que não edifica nem destrói

Livro – Coisa que não edifica nem destrói escrito por Ricardo Araújo Pereira

Sempre acreditei que o humor é uma das armas mais subestimadas da inteligência humana.

Quando li Coisa que não edifica nem destrói, de Ricardo Araújo Pereira, tive essa crença reafirmada — e elevada a outro patamar. Este não é apenas um livro sobre como fazer piadas. É sobre como pensar o mundo a partir do riso. E isso, convenhamos, é uma ousadia.

Logo de início, o autor deixa claro: o humorista é uma figura incômoda. Pode ser como uma mosca, uma sombra, ou até um cadáver que não liga para reputação. Em qualquer dessas formas, ele tem um poder especial — o de escancarar o absurdo das nossas certezas.

Ricardo Araújo Pereira faz isso com maestria. O livro, uma compilação de episódios do seu podcast homônimo, traz uma abordagem única do humor como ferramenta crítica e existencial. Ele passeia por autores como Shakespeare, Rabelais, Pessoa, Homero e, surpreendentemente, Deadpool, com a naturalidade de quem sabe que toda boa piada tem raízes profundas.

Ao discutir o que é humor, ele desmonta o clichê de que “explicar a piada é matá-la”. Pelo contrário: Coisa que não edifica nem destrói nos mostra que entender o humor é justamente o que nos permite rir melhor — e com mais consciência.

Há algo extremamente atual na obra. O debate sobre os limites do humor, tão presente no Brasil dos últimos anos, ganha aqui uma análise inteligente, sem dogmatismos. Ricardo não foge da controvérsia. Ele a abraça, a provoca, e ainda a transforma em gargalhada.

Como escritor, fiquei fascinado pela estrutura do livro. Os ensaios são curtos, afiados e cheios de referências cruzadas. É como se cada página fosse uma espécie de mosaico entre a filosofia, a literatura e a arte do stand-up. Um convite à reflexão com sorriso no rosto.

Outro ponto alto da edição brasileira: as imagens nas aberturas de capítulos — selecionadas com capricho — ampliam o alcance visual da experiência. Não é comum que um livro de ensaios de humor seja tão esteticamente agradável.

Recomendo este livro a qualquer um que se interesse por cultura, escrita criativa, comédia ou filosofia. E especialmente para quem está cansado de obras “engraçadinhas” e busca algo que realmente desafie a mente e provoque o coração.

Ricardo Araújo Pereira prova que o humor pode ser, sim, uma forma de pensamento elevado. Mesmo que, como ele bem diz, sua vitória seja admitir a derrota.

No fim das contas, rir é o mais humano dos gestos. E talvez, o mais libertador.

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📚#TRECHOS – “Coisa que não edifica nem destrói” de Ricardo Araújo Pereira

…O humorista é como uma mosca: não constrói nada, não destrói nada, mas incomoda.

…Explicar a piada não a mata. Mata é a ausência de graça. E isso, meu amigo, nem autópsia resolve.

…A pausa no humor é como o silêncio numa boa música: é ali que mora a tensão e o riso.

…O limite do humor é o mesmo da inteligência de quem ouve a piada.

…O humor não transforma o mundo. Apenas nos mostra o quanto ele já é ridículo.

…Deadpool e Shakespeare têm mais em comum do que se pensa: ambos entendem que rir é também sangrar.

…A piada, como o epitáfio, resume a tragédia da vida em poucas palavras.

…O humorista é o único profissional que, ao errar, pode melhorar o produto.

…A comédia é a arte de confessar que perdemos, mas de um jeito que nos aplaudam por isso.

…Rir é um ato político. Especialmente quando o riso incomoda quem tem poder.

…Não há tema sagrado demais que uma boa piada não possa profanar — nem banal demais que não mereça ser dito com estilo.

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📖 PERGUNTAS FREQUENTES sobre “Coisa que não edifica nem destrói” escrito por Ricardo Araújo Pereira

Qual é o tema central de Coisa que não edifica nem destrói?

O livro de Ricardo Araújo Pereira explora a arte do humor de forma profunda e filosófica. Ele investiga o papel do humorista na sociedade e questiona os limites do humor, abordando questões atuais como o politicamente correto e a censura. Além disso, ele desmistifica técnicas de comédia, como timing e punchline, tornando o riso um exercício intelectual.

O que torna Coisa que não edifica nem destrói único em relação a outros livros sobre humor?

O diferencial do livro está na sua combinação de erudição com leveza. Ricardo Araújo Pereira mistura referências de clássicos da literatura e cultura pop, como Shakespeare e Deadpool, para mostrar como o humor é uma ferramenta crítica e reflexiva. Ele consegue transformar temas profundos em reflexões acessíveis e engraçadas ao mesmo tempo.

O livro Coisa que não edifica nem destrói é apenas para comediantes?

Não, o livro é indicado para qualquer pessoa interessada no funcionamento do humor. Embora comediantes e escritores possam se beneficiar de suas análises técnicas, qualquer leitor que queira entender melhor o riso e seu papel social encontrará muito valor em sua leitura. A obra é uma reflexão acessível e profunda sobre como o humor molda e interpreta a realidade.

Como Ricardo Araújo Pereira aborda o tema dos limites do humor no livro?

Ricardo Araújo Pereira aborda os limites do humor com inteligência e ousadia. Ele não oferece uma resposta definitiva, mas convida o leitor a refletir sobre como o humor pode ser tanto uma forma de resistência quanto de subversão. O autor faz uma análise crítica da sociedade contemporânea, questionando até onde as piadas podem ir sem causar danos à moral pública.

Quais são os principais autores e obras citados em Coisa que não edifica nem destrói?

Ricardo Araújo Pereira faz referências a grandes nomes da literatura, como Homero, Shakespeare e Fernando Pessoa, entre outros. Ele também dialoga com ícones da cultura pop, como Deadpool, trazendo uma análise que vai do clássico ao contemporâneo. Essas referências mostram a universalidade do humor e sua evolução ao longo do tempo.

Coisa que não edifica nem destrói é um livro fácil de ler?

Sim, apesar de ser recheado de referências eruditas, o livro é escrito de forma acessível e cativante. Ricardo Araújo Pereira consegue combinar profundidade e humor de maneira que qualquer leitor, independente de sua familiaridade com os clássicos, se sinta convidado a refletir sobre o humor e suas complexidades, tornando a leitura agradável e fluida.

O que podemos aprender com Coisa que não edifica nem destrói sobre a comédia?

O livro ensina que a comédia vai além do simples entretenimento. Ao explorar as técnicas e filosofias por trás das piadas, Ricardo Araújo Pereira nos mostra como o humor é uma ferramenta poderosa para questionar normas, desafiar o status quo e refletir sobre a condição humana. Rir é uma forma de ver o mundo de maneira crítica e descontraída ao mesmo tempo.

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Conheça o Autor

Jornalista de formação, Ricardo Araújo Pereira é autor, humorista e cronista português com vasta atuação na imprensa e na televisão. Sua carreira ganhou notoriedade com o grupo humorístico Gato Fedorento.

Reconhecido por seu humor refinado e pensamento crítico, ele une referências clássicas e cultura pop em ensaios que provocam riso e reflexão.

Detalhes do livro

Editora: Tinta da China Brasil; Edição: 1ª edição (17 março 2025); Idioma: Português; Capa comum: 240 páginas; ISBN-10: 6584835375; ISBN-13: 978-6584835375; Dimensões: 18.5 x 3 x 13 cm.