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(…)”Eu voltei para casa depois do velório de tia Eluma, mas eu não consegui parar de pensar nela. Eu comecei a pesquisar sobre a história da minha família, e eu aprendi muitas coisas que eu não sabia. Eu aprendi que a minha família vem de uma longa linha de mulheres negras que foram escravizadas. Eu aprendi que elas foram fortes e resilientes, e que elas lutaram para sobreviver em um mundo que era injusto com elas. Eu também aprendi que a minha família tem uma história de resistência. Elas lutaram contra a escravidão, e elas lutaram por direitos iguais. Eu me sinto orgulhosa da minha família. Elas são mulheres fortes e resilientes, e elas me inspiram a ser uma pessoa melhor. Eu sei que a história da minha família ainda não acabou. Eu quero continuar a contar essa história, e eu quero que as pessoas saibam sobre as mulheres negras que construíram esse país.”
(…)”A morte de tia Eluma me pegou desprevenida. Ela era uma mulher forte, que sempre parecia ter tudo sob controle. Mas, quando ela morreu, fiquei sem saber o que fazer. Eu precisava ir ao velório, mas não sabia como chegar lá. Minha tia morava em uma cidade pequena, na fronteira entre o Brasil e o Uruguai. Eu nunca tinha ido lá antes. Liguei para a minha mãe, que me disse que eu deveria ir de ônibus. Ela me deu o endereço do velório e me disse que me encontraria lá. No dia do velório, eu acordei cedo e fui para a rodoviária. O ônibus saiu no horário previsto, e eu cheguei à cidade pequena no final da tarde…”
Louças de família
Livro – Louças de família escrito por Eliane Marques
O que resta depois da morte de alguém? E se esse alguém for uma mulher negra?
Forjando-se no terreno avermelhado pelo sangue das vacas, na fronteira entre Brasil e Uruguai, onde num armário de louças se confundem tiranos e subalternizados, negros e brancos, esta história começa com a morte de tia Eluma, empregada doméstica na cidade com nome de Ana.
Quem responde por essa morte? Quem pagará o velório dessa mulher que se cria no batuque e morre na igreja universal do reino de deus? O que a narradora herda da tia e o que abandona?
Tendo a vida (e a morte) de tia Eluma como ponto de partida, a narradora puxa o fio que se estende à sua primeira ancestral conhecida da linha materna, passando por outras parentes suas que, para chegarem até aqui, limparam os pés nas pedras dos arroios lavando a roupa suja dos brancos.
Entre os pontos altos deste Louças de família está a própria linguagem, que amalgama português, espanhol, iorubá e uma dicção literária surpreendente.
Conheça o Autor
Eliane Marques nasceu na fronteira entre Brasil e Uruguai. Publicou O poço das marianas (ganhador do Prêmio Minuano 2022 e finalista do prêmio Associação Gaúcha de Escritores), E se alguém o pano (Prêmio Açorianos) e Relicário. Assina as traduções de Pregão de Marimorena, de Virginia Brindis de Salas, Cabeças de Ifé, de Georgina Herrera (prêmio Associação Gaúcha de Escritores), e O trágico em Psicanálise, de Marcela Villavella. Coordena a editora Escola de Poesia Amefricana e o selo Orisun Oro, que visa à tradução e à publicação de livros de poetas amefricanas no Brasil. É filiada à Àpres Coup Psicanálise e Poesia.
Detalhes do livro
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Editora: Autêntica Contemporânea; 1ª edição (14 abril 2023) Idioma: Português Capa comum: 280 páginas ISBN-10: 6559282589 ISBN-13: 978-6559282586 ASIN: B0BXFKXBLH Dimensões: 14 x 1.2 x 21 cm.